CUIDA DOS HÁBITOS TEUS DO DIA-A-DIA
Tantas e tantas vezes recebo pessoas nas consultas de Astrologia com vontade de mudar, arriscar, dar o passo, tomar as rédeas, soltar cá para fora a luz presa no peito. E sim a vontade está lá, o instinto também, só que muitas vezes, entre a vontade e a acção, algo falha, algo interrompe a cadeia de acontecimentos que faz com que as coisas aconteçam, com que as oportunidades surjam e as portas se abram. É como se o fogo estivesse lá no peito, mas não comunicasse com o corpo físico, os músculos não obedecem.
Os motivos que levam cada uma de nós a fugir de dar o passo, a procrastinar, ou adiar o início da viagem, podem ser vários.
Numa consulta de Astrologia o objetivo é analisa-los à lupa, perceber qual o contexto e quais as vozes específicas que abafam e impedem este fogo de crescer e evoluir através das águas estagnadas, num quotidiano muitas vezes sufocante.
Mas tu podes começar a observar-te através dos teus hábitos, sobretudo aqueles que normalmente executas de forma automática e que se repetem diariamente.
Quase sempre o nosso diálogo interno mais negativo apropria-se de uma determinada postura física ou de determinada actividade diária.
Pode acontecer que inconscientemente estejas a ter um discurso sabotador que se repete diariamente na hora de lavar os dentes, ou que inicies o teu dia com o mesma frase pessimista que é tão subtil e tão curta que mal te dás conta, mas que está lá a fazer parte da tua narrativa e só tu podes mudar o diálogo.
Pode acontecer ainda que todos os dias cozinhes o jantar com a coluna curva, com a cabeça baixa e à pressa entre a tábua de cortar alimentos e os pratos para lavar, e nesse momento repitas para ti mesma, noite após noite, que estás cansada, sozinha, que não tens ajuda suficiente, que não aguentas mais esta vida, mesmo que saibas que não é verdade e que nem é nada disso que na realidade sentes, mas o discurso está lá: na coluna curva, nos gestos agressivos, na pressa e falta de paciência.
E atenção!!!! Sentir estas e outras emoções de vez em quando é normal e saudável.
Mas, repetir estas frases todos os dias, não é saudável e não deveria ser normal.
Há diálogos e padrões que para serem revelados precisam de ajuda externa e nesta altura um terapeuta, um astrólogo que trabalhe com astrologia psicológica ou astro-coaching podem sem dúvida ajudar.
Mas às vezes nós sabemos. Nós percebemos sozinhas que o diálogo está lá e que murmura todos os dias no nosso ouvido. Como está tantas vezes associado a gestos automáticos e repetitivos, parece que fica difícil alterar o diálogo, porquê? Porque ele volta a esconder-se… no hábito.
Assim que te aperceberes de um diálogo interno tóxico, há algo que podes fazer imediatamente.
Muda o hábito! E como? dizes tu…
Li uma vez num livro sobre a Roda da Medicina dos Índios Norte-Americanos, que todos temos uma altura do dia que é a nossa hora do poder (a hora em que estamos mais ligados à nossa intuição e à luz do universo) por exemplo, se essa hora é às 14 horas, então por oposição às 2h estaremos mais vulneráveis às nossa sombras e à sombra do universo. Primeiro passo é saber identificar a altura do dia em que estás mais ligada à luz e por oposição aquela em que estás mais sensível.
Para mim acordar, beber água com limão e fazer yoga (nem que seja a saudação ao Sol uma vez) é importante.
Assim como ao fim do dia fazer uma caminhada, ou nesta altura do ano fazer pequenos trabalhos no jardim… antes de fazer o jantar também.
No Inverno um escalda pés com óleos e uma boa música com phones faz-me as delícias, basta uma, duas músicas no máximo e é o suficiente para encarar o fim do dia com mais leveza.
Aprendi no entanto, a TENTAR não me castigar quando não o faço, a não dar espaço à vergonha ou culpa.
Registo quando cumpro com os hábitos a que me designei na Lua Nova e escrevo quando não o fiz, perguntando a mim mesma, de forma realmente interessada o porquê de não ter feito o que me propus a fazer, o porquê de não ter dado prioridade ao que sei que me faz bem. Quanto mais perdida ando no meio das exigências da vida mais escrevo, mais preciso de escrever.
Conversa contigo
Sabem? No meio disto tudo o principal é aprendermos a relacionarmo-nos melhor com nós mesmas, a conversar de forma curiosa, interessada e empática com o nosso Eu, o nosso Ego, a criança interior, a adolescente e todas as outras partes de nós. Sabemos que vergonha, punição e culpa são péssimos professores, certo?
Então é preciso saber aplicar a teoria connosco mesmas, ao espelho, no carro durante a caminhada, no banho etc.
Se a um hábito rotineiro o teu inconsciente associou um diálogo tóxico, muda o hábito!
Lava os dentes noutro lugar, com uma pasta nova e muito importante (com uma postura física diferente).
Se ao fim do dia estás exausta e ainda tens tanto para fazer, em primeiro lugar faz uma pausa, 15 minutos a beber o chá na tua chávena favorita e com o chá mais caro, ou então coloca a tua música e dança-a, ou ainda toma banho e perfuma-te, e depois então continua as tuas tarefas, não te deixes ficar para o fim, isso só resulta em ressentimento e mais tarde em punição, tua ou dos que te rodeiam.
Trata-se de começar com passos pequenos, para chegar aos grandes. A cada novo dia em que dizes sim a ti mesma e ao que te faz bem, estás a fortalecer a corrente eléctrica que te permitirá mais tarde voar rumo à mudança que buscas, aos teus projectos e às tuas aventuras.
Parece lento e chato?
Não!!! Não é. Porque a tua sombra esconde-se nos pequenos hábitos do dia-a-dia e são esses hábitos e o murmúrio da mente associado a eles que na realidade está a fertilizar ou a desgastar o teu terreno interno, aquele que te permite passar da ideia à acção, da falta de tempo e de energia ao espaço e às escolhas que criam tempo para o que é realmente importante para ti.
E então? O que vais fazer com os hábitos teus do dia-a-dia?
Tenho lido vários vários livros sobre hábitos, adição, vícios e comportamentos tóxicos. Encontrei um cuja abordagem me agrada, chama-se: The Kindness Method da autora Shahroo Izadi. Falarei mais sobre ele na Lua Nova de Touro, já que o eixo Touro/Escorpião abarca muito do que acabei de falar.
E porque para a semana temos Lua Cheia, justamente neste eixo. Trazer este tema à consciência esta semana pode, quem sabe, fazer com que a próxima Lua Cheia revele com maior clareza que hábitos são estes associados às vozes feridas que habitam dentro de nós.
E o mantra de qualquer Lua Cheia é: Revelar para Curar.
Fica a proposta!
Abraço e até para a semana.
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