Porque é que não pode haver solução para as alterações climáticas

Porque é que não pode haver solução para as alterações climáticas

Porque é que não pode haver solução para as alterações climáticas

Esta semana circulam pelas redes sociais várias petições e minutas de reclamação contra a prospeção de lítio e outros elementos, naquilo parece ser 1/5 do nosso território interior (podes ver do que se trata aqui).

Muitas pessoas estão ativas em acreditar que vamos conseguir evitar esta loucura, outras não se importam ou acreditam que nos vai trazer riqueza e algumas levantam a questão moral, de ter ou não o direito de reclamar contra a prospeção e minério de um elemento que se faz essencial na revolução verde contra as alterações climáticas.

Há pouco tempo assisti uma TedTalk onde uma mente brilhante de Silicon Valley falava em como nos anos 90 lutou para disseminar a energia verde nos EUA (eólica e solar) e das consequências ambientais verificadas já nesta década, das grandes “quintas” de painéis solares e turbinas éolicas no interior da Califórnia, considerado o estado pioneiro no uso de energia limpa, nas comunidades locais (e aqui quando me refiro a comunidade, incluo na palavra todos os habitantes de um determinado local, animais, plantas, pedras etc…). A reflexão deste senhor terminava com um lista de provas “bem fundamentadas” que a energia nuclear é neste momento a solução mais limpa para combater as alterações climáticas, fazendo face às nossas necessidades atuais.

Vivemos, todos nós, presos na armadilha do capitalismo, está tão bem montada que faz com que andemos a matar a nossa alma e a contaminar a nossa imaginação, sem sequer nos aperceber-mos.

Chegámos a um ponto em termos de tecido social, em que deixámos de saber quais são os nossos valores comuns, chegámos a um nível de dissociação tão grande que quando falamos em comunidade deixamos de considerar tudo o que permite que uma comunidade exista e floresça: ar, água, terra, animais etc… passamos a olhar para a paisagem que ocupamos como se ela nos pertencesse e fosse mais um produto de prateleira de supermercado que compramos em saldo e que podemos descartar e deitar fora quando já não é útil.

O capitalismo desertificou o terreno das nossas almas.

Esquece as alterações climáticas, são uma batalha perdida. Uma espécie de doença da moda que esconde e nos distraí da verdadeira causa da nossa fatal moléstia, senão tratarmos a causa, não podemos trazer verdadeira cura para os nossos sintomas.

Enquanto andamos à procura de “comprimidos” que suprimem os sintomas, estamos a deixar que a verdadeira doença se alastre e ela tem-se vindo a manifestar silenciosamente à muito tempo.

O empreendedorismo tem feito com que passemos a vida à procura de oportunidades, até parece coisa de coach norte-americano, aquela cena de transformar as dificuldades em oportunidades e tal… É assim que tem crescido a indústria verde, e nós temos acreditado nessa indústria tanto quanto acreditamos nas farmacêuticas e nas pílulas milagrosas que curam a tua gripe, sem que tenhas de faltar ao trabalho ou privar-te das comodidades da vida normal, ou ainda permitindo-te calar os sintomas da gastrite sem que seja necessário olhar para a alimentação, ou para a gestão das emoções.

As soluções que o capitalismo verde tem para oferecer serão sempre supressoras do problema maior. Não vão resolver, mas sim esconder as verdadeiras causas que nos estão a levar ao declínio.

Estamos programados enquanto cultura e nas nossas vidas individuais para querer mais e mais, maior, mais brilhante, mais forte, mais sólido, mais certo…

Sim o Patriarcado educou-nos bem, para sermos conquistadores das montanhas mais altas e das terras mais inóspitas, os melhores!, aparentemente tivemos sucesso, mas a grande verdade é que:

Para tu teres e seres mais e mais, além terá que ter e ser menos e menos.

Este é o modelo em que vivemos e está presente em todos os lares de todas as casas desde o 1º mundo ao 3º, a todos os lugares que se renderam às odes do capitalismo.

Mas, verdade seja dita: somos filhos do Patriarcado, foi ele que nos criou e educou, renegá-lo e sair por aí rebeldes abdicando de todo o privilégio que herdámos e toda a sua herança, vai fazer com que, mais cedo ou mais tarde lhe batamos à porta a pedir guarida, afinal de contas sempre que rejeitamos uma parte da nossa sombra, mais cedo ou mais tarde ela volta para reclamar o seu lugar. Por outro lado perdemos todo e qualquer contacto com a sabedoria daqueles que caminharam neste planeta sabendo abarcar na palavra comunidade toda a natureza, percebendo que não existe um nós e um “isso” – há uma questão de linguística aqui – na língua inglesa (a mais falada no mundo), existe uma separação nos pronomes pessoais entre as pessoas e as outras coisas, vivas ou não: animais, plantas etc… He/She (ele/ela) para pessoas – It (este não existe em PT, mas podemos de forma livre utilizar os pronomes demonstrativos, isso ou aquilo) para as “coisas” incluindo outros seres vivos – no entanto no tempo do matriarcado, tenho a certeza absoluta o pronome vigente era o Nós.

A grande verdade é que um indivíduo para crescer e se individualizar, precisa de conseguir aceitar, fazer as pazes para ir além das limitações de Pai/Mãe. E nós enquanto coletivo estamos a precisar urgentemente de nos individualizarmos: deixarmos a nostalgia dos tempos Matriarcais, o desejo constante de proteger e vingar as injustiças feitas à Mãe, pararmos de culpar, quais vítimas indefesas o Pai tirano (Patriarcado), e construir um novo modelo que nos permita sair das garras do capitalismo e encontrar verdadeiras e duradouras soluções para o nosso problema existencial.

Enquanto andamos distraídos com o fim da vida na Terra, a alimentar diariamente o terror e a incerteza, impregnando as nossas células com emoções como: raiva, culpa, indignação, desespero, descrença, desistência e descrença, vitimização; ensinando aos nossos filhos que vivemos num mundo perigoso e sem esperanças, estamos na verdade a permitir que a nossa alma e a das próximas gerações fique completamente desprovida da possibilidade de se alimentar.

O nosso Ego entra em modo reação/ fuga, imprimindo grandes doses de adrenalina no nosso corpo colocando a mente numa posição de hiper-excitabilidade enquanto a Alma declina e se afasta do cenário.

A nossa cultura encontrou forma argilosas de criar clínicas de cuidados paliativos em massa, para que as nossas Almas acreditem que nada mais há a fazer senão esperar pela morte (enquanto o ego luta com todas as suas forças contra um inimigo que ele nem conhece).

É no coração do homem que está a verdadeira fonte inesgotável de energia e é na Alma Humana que se ergue firme a capacidade de dizer NÃO a qualquer solução que seja anti-vida, anti-comunidade, anti-respeito, anti-amor.

É numa personalidade firme e íntegra que a coerência entre valores e ações se torna cristalina e indubitável.

É urgente, que antes das manifestações, dos abaixo assinados, de dizer ao vizinho que o pacote de leite de chocolate do miúdo é mau, ou o que quer que andemos a fazer para lidar com a nossa culpa e conivência, que nos dediquemos a repovoar o terreno da nossa alma, com terra fértil e alimento verdadeiro: com beleza, silêncio, partilha genuína, escuta autêntica e tempo suficiente de solitude que nos permita reconectar com o nosso Eu e ouvir a nossa voz ao invés da psique coletiva que pinta cenários tão negros, que a Alma Humana sensível, não consegue fazer mais nada senão retirar-se e fechar-se ainda mais em si própria, ficando refém de um quarto de hospital onde é alimentada de forma intra-venosa por toda uma miríade de distrações tóxicas que a impedem de nos ajudar a ver o mundo através do coração.

E sabem o que acontece à nossa força de vontade (Marte) quando o nosso Ego (Sol) e a nossa Alma (Lua) não conseguem comunicar? Ficamos manipuláveis.

E neste cenário que “teoristas” da conspiração , fundamentalistas ambientais ou guerreiros do capitalismo estão todos no mesmo barco, porque todos estes discursos estão desprovidos de Alma, logo nenhum deles é capaz de trazer soluções, porque o seu grande mestre – o Medo, abafa e enfraquece a empatia.

Os novos deuses do 1º mundo, sentam-se nos seus tronos de privilégio, vestem-se com as suas batas bordadas com fios de certezas cientificas e avanços tecnológicos a debater a próxima moda que irá enfiarmos ainda mais radiação, discórdia e separatividade pelos olhos adentro através de um qualquer aparelho adornado de comodidade e satisfação, enquanto as vozes dos nossos ancestrais, se desvanecem na espuma dos dias tornando-se num leve murmúrio quase que inaudível, reduzido a um leve calafrio quando vemos um Carvalho centenário cortado por ser incómodo, ou a espuma dos resíduos de uma qualquer fábrica a flutuar pelo afluente.

Ficamos isolados, desconectados, cortados do fio da nossa pertença a esta Terra e a este Mundo.

E sim é aqui desde há muito tempo se orquestra a verdadeira extinção da humanidade,

o dia em que o último homem, sonhar o último sonho ao lado dos nossos ancestrais.

Há tempos escrevi sobre Neptuno e o seu papel na cura dos problemas profundos do planeta, quem quiser por favor veja o artigo aqui.

Mas neste contexto deixo-vos este pequeno trecho de um apelo apaixonado da Iris Lican, que assinala a verdadeira resposta para o futuro da nossa humanidade, e atenção, não se trata de nos isolarmos daqueles que não pensam como nós, é justamente o oposto, trata-se de criar uma cultura onde através das nossas diferenças possamos todos sonhar em conjuntos com os nossos ancestrais, para que possamos parar com esta ilusão infantil de que defender a água, os oceanos ou as florestas é diferente de curarmos a nossa Alma, é tudo, tudo a mesma coisa, nós somos Um. E numa comunidade somos responsáveis por cuidar em manter um terreno fértil onde as nossas Almas e as Almas dos nossos filhos possam prosperar e apoiar o trabalho do Ego e da Consciência.

“Temos que aprender a sonhar e a encontrar caminhos de materializar não somente sonhos para o bem individual mas urgentemente para o bem coletivo que passa por entender que sem solo e água não há vegetação, logo não há alimento nem vida. Isso sim, é o foco e a única coisa da qual não podemos prescindir…” – grata Íris Lican pelo poder de síntese (se quiseres fica a conhecê-la aqui).

É pelo sonho que vamos – nosso – o sonho que: escuta, imagina, visualiza, cria e que se manifesta com o apoio dos nossos ancestrais, que desde os inícios dos tempos viveram e colaboraram com esta Terra que arduamente queremos proteger, numa postura paternalista/ditadora que tem vindo a provar que só consegue obter poder, através da exploração das Almas, cujos terrenos crescem cada vez mais desertificados.

Vamos libertar as nossas Almas do alimento artificial que as aprisiona, limitemos o nosso consumo de desgraças e soluções enganosas, paremos de acreditar que o Homem é o Pai disto tudo e que só ele pode salvar o que destruiu, que a ciência e a tecnologia podem trazer cura para um problema que não é nem científico nem tecnológico.

Tenho a certeza que Úrano a transitar por Touro está inquieto para nos inspirar com soluções verdadeiras que possam curar a aridez da Alma e a crise de valores.

Ousemos sonhar com milagres, com soluções simples e eficazes com o auxílio de toda a nossa Comunidade: pedras, plantas, árvores, água, ancestrais, anjos da guarda e outras figuras que habitam a nossa casa 12.

Que cada um de nós se responsabilize por colocar a cura da Alma em 1º lugar.

Digamos não ao desperdício da beleza, por um alimento verdadeiro para as nossas almas, gratuito, justo e renovável.

É possível encontrar um ratio justo entre gratidão, alegria e maravilhamento com as “pequenezas” do dia-a-dia e a informação necessária para que possamos estar vigilantes e ativos numa ação vertical e coerente entre Mente/Alma/Espírito.

Que a beleza, a gratidão a empatia e a vulnerabilidade sejam o nosso antídoto contra a devassidão da Alma e a devastação do planeta.

Que possamos assumir o compromisso social com a nossa comunidade alargada (animais, pedras, plantas etc… incluídos) em manter uma visão clara e inabalável do futuro que queremos sonhar em conjunto.

#diznãoaodesperdíciodabeleza

#teceotecidodatuacomunidade

Ana Alpande

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