Diz não ao desperdício da beleza – Imagina

Diz não ao desperdício da beleza – Imagina

Diz não ao desperdício da beleza – Imagina

Estamos na Semana Santa e cada uma de nós estará a viver as limitações desta quadra de forma diferente, independentemente da forma, espero que apesar de fisicamente longe, estejam perto no coração dos que amam e consideram família.

Para mim esta quadra (religião à parte) é uma época de família – família humana mas também de toda a beleza, de toda a fecundidade que se espalha e oferece através da minha paisagem que é uma extensão de mim e do que considero Família.

Este fim de semana estarei imersa, comprometida em celebrar a vida e a fecundidade que propicia a replicação da vida e da beleza.

Os meus liláses – tradução viva das cores e dos aromas que trago dentro.

Por isso mesmo, para honrar esta quadra e o tempo precioso (lembram-se da semana passada – o único recurso, verdadeiramente não renovável), esta semana o meu vídeo é um vídeo para ser partilhado em família. Porque não quero tomar o vosso tempo e roubar a vossa atenção da tarefa, aliás da missão de oferecer tempo e espaço aos que amam.

Falámos de vazio e vácuo a semana passada, a seguir ao vazio, vem a imagem – o arquétipo, que torna a realidade possível, a ideia original que está na génese da realidade.

A paisagem das nossas Almas é povoada por vários arquétipos, na verdade para mim estudar Astrologia é essencialmente aprender a reconhecer e dialogar com os mesmos, mas para isso é necessário cultivar e preservar a IMAGINAÇÃO – imaginar vem de imagem, significa criar imagens e apesar de vivermos numa cultura de imagens, as imagens a que somos expostas a toda a hora são imagens que foram mastigadas e digeridas por alguém ou por um colectivo de pessoas.

Nós passamos a vida a consumi-las, na maioria das vezes, sem saber, sem critério, sem cuidado, sem avaliar ou sequer cuidar de purificar a nossa paisagem psíquica.

Televisão, internet, outdoors, montras de lojas… tudo gira à volta de imagens: algumas aproximam-nos de nós, outras afastam-nos – mas para saber discernir entre uma coisa e outra, precisamos de jejum, de vazio – um vazio terapêutico, que crie o espaço necessário para que as nossas imagens arquetípicas possam encontrar brechas na nossa consciência de forma a poderem comunicar connosco.

Os símbolos, os sonhos, os contos de fadas são tradutores dessas paisagens.

Então como proposta para esta semana, deixo-vos o desafio de se comprometerem a descolonizar o vosso interior de imagens alheias, e encontrar espaço para cultivar a vossa imaginação.

Abraçar a imaginação, como caminho para voltar a reclamar o direito ao nosso território interno.

É por isso que no vídeo desta semana eu não apareço, para que a minha imagem não vos distraia.

A minha partilha esta semana, é justamente um conto de fadas de origem portuguesa, uma recolha da Luísa Frazão, adaptada para verso pela Luísa Barreto.

Esta é uma das minhas histórias favoritas, nunca a contei, talvez porque nela habito, tornando-a demasiado pessoal, demasiado íntima para a expor num contexto de palco.

Nela habito… nas suas paisagens, na sua riqueza de símbolos e de arquétipos. Ao longo dos anos, reconheço a cada escuta, lugares distintos dentro de mim.

Incrível como uma única história repetida vezes sem conta pode oferecer tanto! E nós que passamos a vida a venerar a variedade e a diversidade, às vezes lemos ou ouvimos algo e nem nos oferecemos o tempo de voltar atrás e saborear. Esta quarentena tenho-me ( dolorosamente ) apercebido de como ando a correr para sorver a vida, em vez de a saborear.

Para o meu futuro quero menos – sim ouviram bem – menos! Busco neste momento sem saber como lá chegar ou se serei sequer capaz de o fazer – a fecunda suficiência de que o meu “mestre” intelectual – James Hillman – fala.

Quanto à história, esta serve alguns propósitos bem específicos no contexto destes encontros semanais:

. alimentar a imaginação.

. oferecer imagens arquetípicas bem fortes que falam sobre a transição do Mar para a Terra.

. contribuir para que vocês possam estender esta proposta de #dizernãoaodesperdíciodabeleza às vossas famílias e reunirem-se nesta quadra festiva para ouvir uma história.

. inspirar-vos a procurarem formas de cultivar e alimentar a vossa imaginação.

. oferecer um caminho de tradução para a linguagem da vossa Alma.

Podem ouvi-la, desenhá-la, cantá-la, dança-la e acima de tudo sonhar com ela, povoá-la com o vosso corpo emocional, dar-lhe o vosso coração, traduzi-la com a vossa Alma.

Façam-na vossa, porque os contos de fadas são um tesouro público, herança à qual todos temos direito!

Desafio-vos a terem a coragem de parar de consumir imagens externas por uns dias e repovoar o vosso interior com as vossas imagens internas, que esta quadra seja fértil e fecunda, que traga em si a imagem semente de um novo mundo! Uma nova era.

Deixo-vos a lenda da Mulher Marinha

Regresso para a semana, numa transição entre Mar e Terra, para falar de recursos.

Convido-vos a ler os comentários das semanas anteriores, as partilhas, os testemunhos – há uma riqueza a crescer neste espaço que é muito bela, há muito sumo, deste que alimenta a Alma, a ser generosamente oferecido por quem oferece o seu tempo a deixar a sua partilha – aproveitem, não o desperdicem e se sentirem vontade, ofereçam um pouquinho de vocês também. Aqui a visão tece-se em conjunto.

Caminhamos Juntas!

Até para a semana.

Se te identificas com que acabaste de ler e queres acompanhar e participar deste trabalho, Subscreve o correio da Lua Cheia, receberás todas as sextas ( durante a quarenta) um aviso para acederes ao vídeo e às sugestões.

Espalha a beleza, partilha.

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