INSPIRAÇÃO PARA OBSERVAR E INTERAGIR COM A LUA DE NASCIMENTO
Este é o primeiro post de 2018, em dia de Super Lua em Caranguejo! Talvez vocês já se tenham dado conta que apesar de já estarmos a 2 de Janeiro, muitas de vocês ainda não foram capazes de fazer resoluções de ano novo.
A energia deste início de ano não conviva de facto a resoluções, mas sim a libertações. Esta é uma Lua Cheia muito especial, convida-nos a olharmos para as crenças e padrões que herdamos da nossa família e ancestrais.
É uma Lua para limpar e purificar a nossa linhagem, convida-nos a celebrar os dons e os poderes que herdámos dos nossos ancestrais e a reconhecer e libertar o que herdámos mas que já não nos serve, não faz falta. Parece simples escrito assim, mas é bem profundo, e não é propriamente um trabalho de uma, mas sim de várias lunações.
Hoje quero aproveitar o facto da Lua estar num eixo que me é tão próximo e familiar Caranguejo/Capricórnio para vir atender a um pedido de várias clientes de Astrologia.
Normalmente quando preparo o Mapa Natal escrevo no topo da página a Fase da Lua em que a pessoa nasceu. Assim como o signo solar e o signo lunar são por norma os mais acessíveis a nível consciente, a fase da Lua em que se nasceu e a sua relação com o Sol oferecem-nos insights que podem-nos ajudar a perceber a nossa relação com o ciclo da vida, ou mais concretamente onde é que a qualidade que a nossa Alma veio manifestar se situa no ciclo da Vida/Morte/Vida.
Para mim, sintonizar-me com a fase da Lua em que nasci mensalmente ajuda-me a perceber melhor a minha dinâmica inconsciente e o meu propósito mais íntimo. Creio que para todas as mulheres (e homens) que dançam a dança da vida cíclica, esta é uma informação importante.
Atenção que existem alguns sites que calculam a fase da Lua no dia de nascimento, mas por norma usam algoritmos e nem sempre estes são exactos. O mais fiável é olhar para o Mapa Natal e através da posição do Sol e da Lua fazer o cálculo, ou muito mais simples, perguntar a um astrólogo.
Então em seguida vou dar palavras-chave para uma interpretação intuitiva da Fase da Lua no dia de nascimento. Como sempre refiro, nós somos uma sinfonia complexa de várias vozes, e qualquer interpretação astrológica deve ter como base o Todo do Mapa Natal.
Aqui, ofereço inspiração para que cada uma de vocês busque caminhos de observar e interagir com a Lua de Nascimento.
Não pretendo dar respostas ou interpretações, mas sim lançar perguntas internas que dêem voz à vossa Alma.
Lua Nova/Lua Negra – Lua a 0-45º do Sol
No útero escuro da terra, a semente impulsiona a sua vontade para se libertar do seu invólucro em busca da manifestação.
Necessidade de “dar à luz” ainda que não se saiba bem o quê; começo de um novo ciclo, onde a força segue um chamado inconsciente; aprendizagem através da experimentação; necessidade de começar coisas novas, impulso para a acção, no inicio da vida pode haver a sensação de não se saber para onde se vai, de não haver rumo, de não se “ver” o caminho, com a maturidade vai-se aprendendo a confiar nos sentidos internos, a ver de olhos fechados.
Imagem: mulher que vê melhor com as pontas dos pés do que com os olhos.
Lua Crescente – Lua a 45-90º frente ao Sol
Os primeiros rebentos rompem a terra e começam a percepcionar a luz pela primeira vez.
Impulso para a auto-realização; capacidade de percepcionar que existe um caminho a ser percorrido; perseverança, vontade de crescer, de alcançar objectivos, de Ser; sentido latente de que há uma missão a ser cumprida, algo a ser conquistado ou realizado; conflito entre a vontade de se realizar e crescer rumo à luz e ao colectivo e por outro lado o sentimento de querer voltar a casa, ao conforto e à segurança do que é conhecido e estável; vontade de voltar ao útero da mãe Terra.
Imagem: Mulher que se sente conectada consigo mesma ao deitar-se nua na terra em posição fetal.
Quarto Crescente – Lua a 90-135º frente ao Sol
Nasce a Planta, agora busca o Sol como fonte de alimento, embora a firmeza da Terra ainda proteja a jovem planta.
Necessidade de criar estrutura, de gerir e administrar a energia anímica e os recursos; sensação de que a vida interior é tão importante quanto a vida exterior e muitas vezes a sensação de ter de escolher entre uma e outra; impulso de cortar com o passado, com as raízes, mas receio de ficar sem alimento.
Imagem: A árvore que quer voar.
Lua Geba – Lua a 135 a 180º frente ao Sol
A planta está agora bem estabelecida e toda a sua energia está colocada no exterior.
Necessidade de auto-análise, busca o desenvolvimento pessoal; vontade de contribuir de oferecer algo à comunidade, embora não se tenha bem claro o quê; capacidade de questionar, de descriminar e processar informação; necessidade de usar a sua consciência e dons (que começam agora a tornar-se perceptíveis) para se relacionar com o exterior.
Lua Cheia – Lua a 180-135º do Sol
A planta dá flor.
Iluminação, libertação da força e energias acumuladas; a luz da consciência está agora totalmente encarnada; objectividade; realização pessoal.
Imagem: Mulher a parir.
Lua Disseminante – Lua a 135-90º atrás do Sol
A planta dá fruto.
Vontade de partilhar os conhecimentos e experiência adquiridos; alimentar os outros a partir da experiência pessoal; partilha; aquela que inspira, liderança pelo exemplo.
Imagem – A Mãe
Quarto Minguante – Lua a 90-45º atrás do Sol
A energia da planta começa a recolher de volta para a terra.
Crise entre o que já se viveu e a vontade de abandonar tudo rumo ao desconhecido; chegou-se ao cimo da montanha, conquistaram-se os objectivos, mas isso já não basta; vontade de se rebelar contra as convenções e o que está estabelecido; aspiração a algo maior, a uma nova forma de viver; busca de um grupo ou de uma comunidade que possa manifestar a visão; crise de consciência.
Imagem – Deixar morrer o velho para deixar vir o novo.
Lua Balsâmica – Lua de 45-0º atrás do Sol
A semente regressa à Terra.
Aquela que terminou a viagem e traz consigo a Visão do futuro; visionária; o ciclo está completo, as vivências e experiências integradas, abrem-se as portas para o novo; sentido de serviço à humanidade de se servir um propósito maior; aceita sacrificar-se por um bem maior, pois consegue ver os resultados dos seus actos projectados no futuro.
Imagem: A Mística.
Espero que vos inspire a aprofundar a vossa dança com a vida cíclica.
(Infelizmente não tenho grande bibliografia para vos recomendar sobre o assunto, para quem estuda astrologia pode encontrar mais informação técnica no livro O Ciclo de Lunação de Dane Rudhyar da editora Pensamento. Para este estudo, para além da minha experiência pessoal como astróloga e dos textos de Rudhyar contei ainda com a inspiração retirada dos Cadernos da Serpente – Notas do Bagua Feminino da autoria da Sofia Batalha).
Se quiseres saber mais sobre o meu trabalho com Astrologia podes ver aqui.