Lua Nova de 15 de Maio, a entrada de Úrano em Touro e o elo que precisas reclamar de volta à tua vida para poderes fazer pazes com a Natureza, a tua e a nossa

Lua Nova de 15 de Maio, a entrada de Úrano em Touro e o elo que precisas reclamar de volta à tua vida para poderes fazer pazes com a Natureza, a tua e a nossa

LUA NOVA DE 15 DE MAIO

A entrada de Úrano em Touro e o elo que precisas reclamar de volta à tua vida para poderes fazer pazes com a Natureza, a tua e a nossa

Esta Lua Nova representa um recomeço para todas nós que sentiram esta última Lua Cheia de forma intensa. É como se na última Lua tivéssemos passado pelo crivo, se tivéssemos sido peneiradas de todas as poeiras, de todas as partículas agregadas que já não faziam sentido.

Há uma mudança forte a acontecer dentro de muitas de nós, silenciosa, paciente, desde o último Verão, na verdade muitas de nós estão a chegar ao final de um ciclo e esta Lua Nova representa a última etapa até ao novo recomeço.

Para quem viveu a Lua Cheia intensamente, esta Lua Nova é a altura de com toda a consciência fazer escolhas, sabendo que com a entrada de Úrano em Touro vamos ser chamadas para a Verdade na área da nossa vida regida por Touro.

Uma das facetas de Touro que pouco se fala é a ligação ao prazer, o prazer de habitar o corpo físico, o prazer que nos chega através daquilo que os cinco sentidos abarcam, o prazer de estarmos encarnadas na matéria e de nos relacionarmos com ela, em Touro nós aprendemos a apreciar a nossa existência terrena, e os recursos que temos para a usufruirmos.

Agora vamos lá ser honestas…

Até que ponto nos permitimos de verdade receber prazer? Sem nos preocuparmos se o merecemos, se é certo errado ou o que for?

Quando tempo por dia nos permitimos de uma forma honesta e verdadeira, conectarmo-nos com a nossa natureza? Só porque sim, não porque vamos ter benefícios, não porque o livro assim o diz, mas simplesmente porque nos sabe bem? Sem medo e sem julgar se é certo ou errado, aceitando a nossa natureza humana com a compaixão de uma mãe sábia que sabe que a filha jovem só pode crescer experimentando, experimentando-se.

Quando tempo dedicamos à contemplação do belo? É porque a contemplação também é do domínio de Touro e precisamos dela para conseguirmos mergulhar dentro de nós.

Acredito que um dos grandes perigos da nossa cultura actual é  o afastamento do prazer. Sim do prazer! Acho que a maioria de nós não sabe realmente o que lhe dá prazer, temos uma imagem cristalizada do que é o prazer, nem nos apercebemos que a nossa relação com o prazer está (como tudo o resto) sempre a mudar.

Para termos prazer temos de parar de quando a quando e fazer a pergunta: O que é que me dá prazer?

Eu sei que estou a ter prazer quando fico enraizada, ligada ao corpo e às minhas emoções  e acima de tudo com a sensação de transcender as minhas  limitações sejam elas de que origem forem.

Quando sinto prazer o tempo pára e o resto passa para segundo plano, inclusive a dor; o prazer tanto nos traz para o corpo (matéria) como nos faz  transcende-lo (eixo Touro/Escorpião).

A sensação que tenho é que a nossa relação com o prazer tornou-se tão efémera quanto a nossa relação com os objetos descartáveis, passamos pelo prazer muitas vezes sem o respirar, sem o incorporar, sem o absorver através de todos os sentidos, tomamo-lo como garantido, tal como a roupa que vestimos e a comida no nosso prato, é tão garantido que cada vez lhe prestamos menos atenção, até que chega a hora em que deixamos de saber recebê-lo e pior ainda, de saber reconhece-lo.

Estamos tão afastadas do verdadeiro prazer enquanto cultura, que criámos um modelo de educação que afasta as crianças da relação saudável com o prazer, fechámos-las em salas, cortámos a sua ligação ao corpo e aprisionámos a sua essência nas suas cabeças. E como vão elas relacionar-se com o prazer? Da mesma maneira que nós, através do que a sociedade nos diz que dá prazer, e não através dos nossos corpos, dos nossos sentidos.

E sim… acho que se nós tivéssemos uma ligação saudável ao prazer seria impossível termos chegado ao nível de dissociação com a natureza que chagámos.

Nesta Lua Nova, desafio-vos a escreverem numa folha de papel uma lista das coisas que vos dão prazer, sem culpas, sem constrangimentos culturais ou sociais.

Sejam honestas com a vossa relação com o prazer e incluam-no nas vossas invocações para esta Lua Nova, porque, sejamos honestas… Touro rege os recursos, os valores, o dinheiro, a abundância, o alimento, mas muitas pessoas pelo mundo fora têm todas estas coisas, e ainda assim se sentem deprimidas e ainda assim acordam de manhã sem fazer a mínima ideia do que as faz feliz, achando que precisam de mais… sempre mais.

Então, em vez de invocarmos mais coisas nesta Lua Nova, porque não invocar a capacidade de nos contentarmos e sabermos realmente usufruir do que já temos?

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Eu olho para esta paisagem e sinto-me rica, rica por fazer parte de toda esta imensidão. Pois a minha abundância é a abundância da terra que habito, a abundância das pessoas com que me relaciono, os meus recursos são os teus recursos, são nossos, e sendo nossos não nos pertencem.

Que a passagem de Úrano por Touro nos ajude a passar do “Eu tenho…” para o “Eu usufruo de…” –  a semântica muda tanta coisa não é?

Abraço com carinho

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Comments (2)

  • Cristina Sousa

    Muito bom Ana, identifico-me tanto, faz-me tanto sentido o que dizes. Vim do almoço, almocei em Lisboa, debaixo das árvores, no cimo do Parque Eduardo VII, e escrevi a dizer a umas amigas… que felicidade almoçar assim, a ouvir os pássaros, a ver o rio e a serra da Arrábida lá ao fundo, com árvores e flores à minha volta 🙂

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