A Lua Astrológica e o ciclo mensal da Lua – Guias para navegarmos as águas das nossas emoções

A Lua Astrológica e o ciclo mensal da Lua – Guias para navegarmos as águas das nossas emoções

A LUA ASTROLÓGICA E O CICLO MENSAL DA LUA – GUIAS PARA NAVEGARMOS AS ÁGUAS DAS NOSSAS EMOÇÕES

No meu caminho, a Lua tem representado a ponte entre o mundo exterior e o meu mundo interior. Ela é a barqueira que me dá acesso às águas das minhas emoções e a uma ligação mais profunda e empática com as emoções dos outros, mais ainda, ela é a paciente professora que me ensina a observar e acompanhar os ciclos da vida/morte/vida.

Durante os últimos anos, estudar e observar a Lua, tem sido a minha ocupação favorita, que me ajudou e ajuda, não só a ser melhor Astróloga, como muito mais amiga, conhecedora e respeitadora de mim mesma.

Quando falamos da Lua Natal, falamos da posição da Lua no momento do nosso nascimento (aquela que aparece no nosso Mapa Astrológico),  falamos das águas do liquido amniótico que nos acolheu e protegeu até ao momento de nascer para esta nova vida.

Falamos da nossa primeira separação e ao mesmo tempo das nossas primeiras memórias de infância e da ligação à ancestralidade feminina da nossa família.

Falamos ainda da dependência e do desejo de segurança e por último da nossa ligação às nossas raízes, à primeira paisagem que nos serviu de referência e ao nosso lar emocional que muitas vezes se refere ao lar onde fomos criadas, cuidadas e nutridas.

A Lua e as mulheres

A lua, tradicionalmente rege as mulheres, o ciclo menstrual, as emoções, a segurança emocional, a alimentação/nutrição, os seios, os ovários, o estômago e a maternidade.
Está ainda ligada ao hemisfério direito do cérebro que gere a criatividade, a intuição, a empatia e o pensamento abstrato.

A Lua Natal

A lua Natal fala-nos antes de mais, sobre o que nós e as nossas mães partilhamos de mais íntimo. À medida que a nossa Lua vai progredindo por outras casas do nosso mapa, e afastando-se da casa de nascimento, também nós, nos vamos afastando das nossas mães e começando a encontrar a nossa maneira individual de lidar com os condicionamentos da nossa linhagem materna.

À medida que a Lua vai progredindo e visitando diferentes lugares do nosso mapa natal, nós vamos amadurecendo o nosso corpo emocional, e ajustando-o às demandas e exigências da vida adulta, enquanto vamos ficando cada vez mais conscientes daquilo que nos falta, das brechas emocionais que constantemente tentamos preencher e das nossas inseguranças.

Ter consciência

Ter consciência de quais são estas brechas e de como o nosso subconsciente as preenche, pode ajudar-nos a tomar decisões mais conscientes e a gradualmente libertar-nos dos condicionamentos herdados da nossa linhagem materna, assim como a honrar as águas que nos transportaram até aqui e os fios ancestrais que nos ligam à grande trama da existência.

Para entender melhor a Lua Natal e a Lua Progredida é preciso analisar o signo, a casa e os aspectos feitos a outros planetas.

É necessário algum conhecimento astrológico, mas também alguma paciência, algum questionamento e muita auto-observação.

As melhores respostas na Astrologia vem com o tempo, com a observação e com a humildade de sabermos abordar correctamente os mistérios através dos quais a nossa consciência foi parida neste mundo.

No entanto para além da minha Lua Astrológica, todos os meses eu olho para a Lua no céu.

As fases mensais da Lua

Acompanhar o ciclo mensal da Lua mudou a minha vida. Durante muito tempo sentia-me impotente, muitas vezes até receosa dos trânsitos astrológicos que não conseguia compreender.

Hoje em dia, sei que num espaço de 28 dias multiplicados pelo ano solar, eu tenho a oportunidade de vivenciar de forma profunda a minha relação com cada signo e com cada casa do meu mapa. Na Lua Cheia, percebendo o que não está a fluir e o que precisa ser mudado e libertado, para na Lua Nova semear as sementes de acção, para fazer as pazes com as sombras de cada um dos meus signos ou exercer a responsabilidade de usar o meu potencial para um bem maior.

Acompanhar o ciclo mensal da Lua ajuda a relacionar-me de forma mais íntegra com a natureza, a paisagem que ocupo e a minha comunidade. Tudo, porque reservo tempo para olhar para a minha relação com o todo e tendo a luz da Lua como minha guia eu consigo perceber a minha relação com o tempo das coisas. Agora, vivo muito mais apaziguada com o tempo certo que algo leva a crescer, mas também a morrer.

A lua por norma demora-se 2 dias num determinado signo, por isso eu posso vivenciar faces diferente de cada um destes signos conforme a fase da Lua daquele mês.

O meu trabalho com as fases da Lua tem sido exploratório e vivencial, pautado mais pela minha observação da natureza e das estações do ano, do que pelos meus conhecimentos teóricos de astrologia. Acredito que esta é uma forma de viver a astrologia profundamente feminina, onde o mistério é abraçado e celebrado na relação com o Universo que está fora, assim como aquele que nos habita.

Acabei desta forma por mudar muito a minha experiência com a prática astrológica, buscando a técnica e as referências daqueles que caminharam antes de mim, mas dando primazia à observação e àquilo que se esconde para lá das análises óbvias e que só o olhar “Daquela que Sabe” pode desvelar, daí eu usar o termo “Mapas para o Centro”. A Lua Nova é a altura do mês onde estamos mais próximas desse vazio onde as vozes da alma uivam por nós.

Estes são tempos onde o homem precisa abordar a vida com cuidado, respeito e reverência.

Estudar o ciclo mensal da Lua, através de um registo mensal numa mandala lunar e em Março na Lua Nova de Carneiro, fazer uma roda anual de invocação para cada mês do novo ano, coloca-nos em contacto com o sagrado, através de uma forma de espiritualidade que está enraizada na terra e nos fenómenos que os nossos 5 sentidos físicos podem abarcar e entender, como as fases da Lua e as estações do ano. Para mim este foi o ponto de partida para a eco-espiritualidade.

As fases da Lua são:

Lua Nova
Plantar a semente, plantar o futuro (começa a 1/3 dias após a Lua Balsâmica).
Introspecção e foco.

Lua Crescente
Alimentar a semente (ainda que a mesma não tenha começado a germinar)
coragem e fé.

Quarto Crescente
A semente começa a brotar.
Determinação e perseverança.

Lua Geba
A semente dá as primeiras folhas.
Observação, escolhas, eliminar o que já não serve para fortalecer o que precisa vingar.

Lua Cheia
A semente dá flor
Celebração, perdão, limpeza e gratidão.

Lua Disseminante
A semente dá fruto.
Relaxar, colher, aceitar, aproveitar os dons e as dádivas.

Quarto Minguante
O fruto começa a decompor.
Conservar, re-avaliar e confiar.

Lua Balsâmica
A semente entra em dormência
Libertar, curar e entregar.

Observar e registar o ciclo da Lua trouxe segurança, foco, constância e uma vivência muito mais dinâmica e visceral dos arquétipos representados pelos signos astrológicos.

Neste vídeo ensino a fazer uma mandala lunar mensal e anual.

Este ano, irei enviar mensalmente para toda a comunidade do Correio da Lua Cheia, uma mandala mensal com as fases da Lua e os signos, que poderá ser impressa e utilizada como ferramenta de observação e registo mensal. Se ainda não fazes parte da nossa tribo subscreve o correio da Lua Cheia.

Espalha a beleza, partilha.

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