A Jornada da Heroína pelo Zodíaco
A Jornada do Herói foi um conceito criado por Joseph Campbell, descrito pela primeira no seu livro The Hero with a Thousand Faces. Publicado em 1949, após anos a estudar os mitos do mundo, percebeu em todos eles um guião. Uma estrutura comum e transversal que guia a jornada mítica e seus heróis, por meio dos arquétipos e do inconsciente coletivo. Este guião cingia-se ao masculino.
Mais tarde a psicoterapeuta Maureen Murdock, aluna de Campbell, escreveu o livro Heroines’s Journey, que descrevia as várias etapas de desenvolvimento e individuação femininas.
Sendo astróloga e contadora de histórias, trabalho com guiões de narrativas míticas há mais de 15 anos. A ideia de um guião universal da Jornada Mítica, evoca uma imagem poderosa de continuidade e ciclicidade, implícitas na própria estrutura zodiacal.
A ligação entre o modelo mítico e o zodíaco mostra-se óbvia.
Seguindo a ideia de Dane Rudhyar, que apresentou o Zodíaco como um modelo das várias etapas de desenvolvimento humano, fui ao longo de anos, justapondo o zodíaco à construção mítica pessoal. Comecei então a perceber que as nossas biografias não se desenrrolam em linhas rectas, mas sim em círculos espiralados.
O livro a Jornada da Heroína pelo Zodíaco
Durante os últimos anos, tenho associado à práctica da astrologia, o estudo da biografia humana e da mitologia pessoal. Desde grupos a sessões individuais, dedico-me a entender a forma cíclica com que somos chamadas a responder à Vida, e como todos os eventos que nos sucedem estão intrinsecamente ligados aos lugares que ocupamos num determinado ecossistema, que por sua vez se liga a outros de forma sistémica.
Foi com a ideia de que os feitos de um herói ou heroína se prendem aos lugares e contextos onde se inserem e com a totalidade do circulo narrativo que a vida desenha, que escrevi o livro a Jornada da Heroína. Na verdade, o livro nasceu da urgência de repensar os modelos míticos que esculpiram a nossa cultura e a forma evidente como estes foram consecutivamente deixando a Terra de lado, posicionando o Homem no centro da evolução.
O Caminho Mítico da Alma pelas Paisagens da Vida Ciclica
A Jornada da Heroína pelo Zodíaco, fala do caminho que a Alma percorre através da vida cíclica. Não tem um fim ou objectivo específico que possa ser determinado por este ou aquele desafio. Muitas vezes o chamado é uma voz longínqua que brota dos poços do inconsciente e que causa uma inquietação que nos faz aguçar os instintos e formular perguntas.
Tudo começa com uma pergunta.
Desenvolvi então uma interpretação deste modelo mítico que incorpora as paisagens do zodíaco no guião da Jornada.
E porquê?
Porque o zodíaco fala-nos acerca da ordem cíclica do cosmos e de como o que está em cima é indissociável do que vive em baixo. Nesta tapeçaria sistémica da realidade que nos permeia, somos todos heróis e heroínas dos desafios do quotidiano, tecendo a cada etapa das nossas viagens totalidade, não apenas enquanto indivíduos, mas acrescentando essa mesma totalidade à Alma do Mundo.
Construir uma Narrativa Mítica
A cada passo da jornada somos convidadas a construir uma narrativa mítica que celebre cada uma das passagens da vida, sem excluir nenhuma, abraçando as particularidades de cada paisagem.
Entender como cada ciclo se entrelaça no ciclo seguinte é profundamente poderoso.
A Jornada da Heroína oferece-nos um sentido de continuidade, a Vida passa a ser um trânsito, e tudo o que nos rodeia informa-nos acerca das qualidades desse mesmo trânsito.
Através da Jornada da Heroína pelo Zodíaco permitimo-nos aprender com a Vida a navegar as várias fases de evolução da Alma, sem nos querermos prender em nenhuma delas, entendo como o Todo informa a parte e como a Parte é inerente ao todo.
O guião da Jornada da Heroína pelo Zodíaco
1ª Etapa – O Chamado
Chamado a mudar, na sua primeira fase inconsciente, como um desconforto que aguça os instintos e nos chama à acção.
2ª Etapa – Preparar a Mochila
Perceber o que é que é essencial à viagem. Necessidade de ter clareza em relação ao que realmente se valoriza.
3ª Etapa – Ultrapassar a Fronteira
Sair de casa, ir para lá da fronteira do conhecido. Saber usar o instinto e saber em quem confiar, manter o foco quando o exterior nos absorve com distracções.
4ª Etapa – Ancorar Pertença
Chegada à gruta da anciã, encontrar o elixir que cura a fragmentação do Eu em relação ao chão que o gerou.
5ª Etapa – Acordar a Voz
Aprender a conhecer os limites e os potenciai através da exploração criativa da expressão pessoal.
6ª Etapa – Chamado ao Serviço
Aprender a entender a definição de propósito em contacto com as realidades do mundo. Activar a Mãe interna, cuidar de quem cuida.
7ª Etapa – Revelação
Chegada ao destino, a revelação do Eu no encontro com o outro.
8ª Etapa – Troca de Pele
Descida ao fundo do poço, encontro com a nudez.
9ª Etapa – A Graça
Elevação da Consciência, epifania.
10ª Etapa – O Regresso a Casa
Chegada a casa, ocupar o seu lugar no ecossistema.
11ª Etapa – Passar Testemunho
Juntar as várias gerações ao redor da mesa, ajudar quem inicia agora a jornada.
12ª Etapa – Oceano das Mães Divinas
Fim do ciclo, tempo do sonho e de deixar as sementes do nosso ciclo repousarem até ao novo chamado.
Ao longo das nossas vidas damos a volta a este guião várias vezes, a cada vez apesar de as circunstâncias serem diferentes, as paisagens aparentam muitas semelhanças com os ciclos anteriores.
Conhecer as etapas, ajuda-nos não só a aguçar os sentidos e a assumirmos a nossa total presença no que nos é proposto, como permite que possamos ser agentes conscientes de construção de significado.
E construir significado é uma das principais tarefas da Alma.
No Curso a Jornada da Heroína aprofundaremos este guião etapa a etapa à luz da nossa biografia pessoal. Construindo bases para o aprofundamento da nossa mitologia pessoal.
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