Eclipse Solar e Estrela de Belém: Sê bem-vinda peregrina, chegaste até aqui!

Eclipse Solar e Estrela de Belém: Sê bem-vinda peregrina, chegaste até aqui!

Eclipse Solar e Estrela de Belém: Sê bem-vinda peregrina, chegaste até aqui!

Nesta segunda-feira, teremos um eclipse solar no signo de Sagitário, junto ao nodo Sul.

Ainda este mês, no Solstício, o grande acontecimento de dezembro, a entrada conjunta em Aquário de… Júpiter e Saturno.

E tu chegaste até aqui!

Então em primeiro lugar, antes de continuarmos esta conversa, vamos parar por um segundo, sim?

Honremos por momentos este teu corpo, a sua inteligência, o seu amor por ti. A Terra, Ar, Água e Fogo que o constituem.

A comunidade extensa de organismos, entre eles vírus e bactérias que circulam por entre esse espaço a que dás o nome de “Eu”: os tecidos e órgãos, a estrutura osteo-muscular de que és feita.

Então, logo urge corrigir a afirmação. Não foste tu que atravessaste a tempestade de 2020 com seus escombros de certezas, planos segurança e premonições.  Foram vocês!

Tu e a complexa, diversa e maravilhosa “comunidade de loucura” e precisa exatidão de que és feita.

Vocês chegaram aqui!

Chegaram a dezembro de 2020, às portas da longa noite, ao fim de um longo e inesperado ciclo.

E independentemente do sangue, suor e lágrimas, de estares sentada com as costas direitas na cadeira enquanto me lês ou enroscada nas tuas dores e desesperos… vocês chegaram aqui!

Mais… vocês foram feitas para estes tempos.

Nós fomos feitas para estes tempos!

Tivemos o privilégio de cruzar a fronteira entre milénios, de ver as linhas das certezas da nossa civilização desaparecerem no abismo da recta e terem que contornar o previsível, com novas escritas em direções nunca antes experimentadas, escrita essa que ainda se está a revelar.

Mas, chegámos até aqui, somos parte desta história.

Seja ela bonita e esperançosa ou caótica e desesperante.

Astrologicamente este mês é marcado por uma grande mudança: Júpiter e Saturno, senhores da ordem e do Tempo, iniciam neste Solstício um novo ciclo.

Os ciclos entre estes dois planetas duram cerca de 20 anos, isto quer dizer que de 20 em 20 anos eles encontram-se. Durantes os últimos séculos estes encontros ocorreram no elemento Terra, este ano inicia-se um ciclo de vários encontros no elemento Ar.

Durantes os próximos artigos falarei mais a fundo sobre as qualidades dos vários elementos astrológicos, pedras basilares da nossa existência, mas para já quero sublinhar algo que me parece muito significativo:

Quando Júpiter e Saturno se cruzam nos céus, normalmente fazem-no numa relação de proximidade, ou seja, formam um aspecto de conjunção, mas não se encontram conjuntos grau por grau, o que quer dizer que a olho nu, o que vemos no céu são dois corpos brilhantes muito próximos um do outro.

Este ano este encontro dá-se a 0º de Aquário, numa conjunção exacta (grau por grau). O que veremos não serão dois corpos, mas uma linda estrela brilhante, chamada a estrela de Belém, que se diz ter guiado os Reis Magos até à caverna do menino Jesus. A última vez que este fenómeno ocorreu foi à 800 anos.

Os dois irão parecer um.

Acho profundamente simbólica esta visão em 2020.

Independentemente dos grandes desafios que teremos para o ano, apesar da mudança energética do elemento Terra para Ar, não deixamos de estar ligados a questões relacionadas com segurança, recursos, valores etc…, mas há qualquer coisa de misterioso no “ar” destes próximos tempos.

Isto aliado ao facto do Nodo Norte estar a transitar por Gémeos e de o eclipse solar vir para eclipsar crenças e visões cristalizadas do passado, para que o futuro possa acontecer, evoca em si, uma certa sensação de estarmos a viver qualquer coisa que se avizinha muito maior que a nossa compreensão.

Esta entrada no elemento Ar de Saturno/Júpiter, convida-nos a sair de casa com uma mochila bem leve, para ir à procura dessas revelações nos cantos inesperados do nosso dia-a-dia.

Onde se esconde o mistério? Como encontrar o sagrado nas nossas paisagens? Para onde aponta a estrela de Belém?

Possamos aproveitar a longa noite invernal para percorrer os caminhos sinuosos das nossas cavernas ancestrais, com a coragem de permitir que a luz do Sol se eclipse, eclipsando com ela as distrações, para que possamos aprender a usar os nossos sentidos e caminhar no escuro, guiadas pela estrela do nosso instinto.

Sabes, o teu instinto não é algo que simplesmente caiu do céu no teu colo. O instinto é algo que herdaste, não só dos teus ancestrais, mas da tua própria condição de mamífera. Ele é fruto de um complexo caminho de evolução da tua própria espécie.

Honra-o.

Olha para os teus irmãos de quatro patas, o que é que eles têm para te ensinar em relação a esta arte de caminhar no escuro, quando a luz se “eclipsa”?

Honra a longa noite e acima de tudo, honra o caminho que tu e a tua “comunidade de loucura” fizeram para chegar até aqui.

Viva a longa noite, e um grande viva a ti, que foste feita, talhada e esculpida para estes tempos.

Com carinho

Ana Alpande

Créditos: Foto de Robson Hatsukami Morgan

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