Manhã Gloriosa

Arquivo de Poesia - Ana Alpande

Manhã Gloriosa

Manhã Gloriosa Percorro as avenidas das primeiras horas da manhã com gestos certeiros, camuflados pelos meus olhos enublados com restos de sonhos e inquietações espectrais. Perco-me por segundos na janela, enquanto a chaleira apita e a sua sirene persistente preenche o espaço vazio. O aroma familiar do café chama por mim, distrai-me da visão do

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Saí de casa

Saí de casa para escutar o meu eco livre da projecção de si mesmo. Saí de casa porque, a casa confina protege o que em mim - só sobrevive em quatro paredes. Saí de casa porque, as palavras estavam viciadas e o ar já não transbordava promessa nem possibilidade. Quem somos nós? Para lá das

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Deusa Pássaro e As Fases do Luto

Deusa Pássaro e As Fases do Luto Debrucei-me perante o teu corpo gelado, senti o doce beijo da rainha das neves preencher a sala, espectros e presenças ancestrais. Sei que não estou sozinha. Coloco a minha mão no teu peito no abraço do silêncio reparo que não mais posso contar com o murmúrio da tua

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Reclamemos a velha

Reclamemos a velha o direito a ter peles enrugadas como as cascas dos carvalhos corpos ondulados tal como as cordilheiras côncavos/convexos – radicais inconsistências… deixemos o vento e o luar pratearem os  cabelos substrato das longas memórias, fios fluxo informação  tecido conectivo. Reclamemos a velha aspiremos  ser suspiro leve e penetrante pisar a terra com

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Crónicas Sobre O Pendular Do Tempo E O Afecto Vivo À Matéria Morta

Crónicas Sobre O Pendular Do Tempo E O Afecto Vivo À Matéria Morta A minha avó descascava as favas com a paciência de quem é intimo do tempo, grão a grão galopava certeiramente a espessa camada verde oliva, mesmo quando esgotava a força da unha do polegar.Fazia-o por amor: amor aos da casa, amor a

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